Falámos do Nouveau Roman ou École du Regard, corrente literária em voga no final da década de 50 e início da de 60, de que são exemplos Marguerite Duras (a única que conhecia), Nathalie Saraute, Alain Robbe Grillet e Michel Butor (todos traduzidos em português, mas no fim-de-semana não consegui encontrar um único livro dos que não conhecia apesar de ter procurado na Bertrand, na Leitura e na Fnac!). Claude Simon também integra este grupo. Pretendia produzir-se um universo visual, tudo se passava como se víssemos apenas e reproduzíssemos o que víamos, numa neutralidade absoluta e numa vazio de emoções, através por exemplo da eliminação dos adjectivos sobretudo aqueles que têm a ver com a sensibilidade. Os personagens são coisificados, o olhar é minimalista ou minimalizante, numa dimensão mais hospitalar. O literário é dado pelo rigor. Foram lidos textos de Alain Robbe Grillet (fragmento de O Ciúme), de Lawrence Durrell (fragmento de Justine), de Soares Passos, o poema "O Firmamento", de Carlos Oliveira, um poema sobre uma Micro paisagem e de S. João, um fragmento do Apocalipse. Na próxima sessão seremos desafiados a escrever...
Dilema existencial da 1ª sessão, embora já anterior a esta: não sei distinguir as duas famílias de escritores e não faço a menor ideia em qual me sentiria em casa (receio que se calhar em nenhuma).