terça-feira, março 31, 2009

Poesia

Próxima sessão de poesia no Café Progresso: Pablo Neruda, no dia 2 de Abril pelas 21,30h.


Poema de Ana Luísa Amaral

VISITAÇÕES, OU POEMA QUE SE DIZ MANSO, de Ana Luísa Amaral


De mansinho ela entrou, a minha filha.


A madrugada entrava como ela, mas não

tão de mansinho. Os pés descalços,

de ruído menor que o do meu lápis

e um riso bem maior que o dos meus versos.


Sentou-se no meu colo, de mansinho.

O poema invadia como ela, mas não

tão mansamente, não com esta exigência

tão mansinha. Como um ladrão furtivo,

a minha filha roubou-me inspiração,

versos quase chegados, quase meus.


E mansamente aqui adormeceu,

feliz pelo seu crime.

Questionário

Habilite-se a um magnífico prémio respondendo apenas a cinco fáceis questões:
(As melhores respostas serão premiadas (ou as únicas) com o incrível prémio a enviar para algum endereço que seja revelado.
Este questionário dirige-se a todos os que passem por aqui e percebam português:
1ª Questão: Porque é que veio cair aqui agora?
a) Por pesquisa no Google;
b) Porque conheço a verdadeira identidade da autora do blog e de vez em quando venho até aqui para ver o que mais ela se poderá ter lembrado de escrever.
c) Porque não conheço a verdadeira identidade da autora do blog e de vez em quando venho até aqui para ver o que mais ela se poderá ter lembrado de escrever.
d)....
e)..... (o "e" difere do "d" por ter mais um pontinho e assim pode-se escrever mais).
2ª Questão: Como é que teve conhecimento deste blog?
a) Por pesquisa no Google;
b) Por link noutro blog;
c) Por comentário da autora deste blog noutro blog;
d) Porque conheço a real identidade da autora do blog e foi ela que me deu o endereço;
e) ...
3ª Questão: Quantas vezes é que terá vindo cá?
a) Esta é a 1ª (e, opcional - a última);
b) Venho de vez em quando;
c) Venho com relativa frequência;
Esta resposta com três alíneas:
I Porque conheço a real identidade da autora d....blá, blá, blá (o resto);
II Porque ganhei o hábito de visitar alguns blogues com relativa frequência;
III ...
4ª Questão: Este blogue desde que começou está:
a) Melhor;
b) Pior;
c) Igual;
d) Não faço a mínima ideia porque é a 1ª vez que cá venho;
e) Não faço a mínima ideia porque de outras vezes que possa ter vindo não prestei atenção;
f) Não faço a mínima ideia porque desta vez não prestei atenção
g)...
5ª Questão - Penso nesta amanhã, até porque as anteriores estão-me a parecer agora muito iguais...
O prémio é mesmo incrivelmente magnífico! (e amanhã também pensarei em que é que poderá ser...)

Reflexões ensonadas I

Às vezes os textos são como sementes da expectativa de colher tempestades.

Nos últimos tempos ando a ler sobretudo poesia.

Leio poemas que me surgem hermeticamente fechados e tento espremer de algumas palavras imagens ou emoções.

Levo menos tempo a ler os textos que são normalmente mais curtos, mas ao contrário da maioria da prosa com linhas condutoras claras que nos conduzem pela história, aqui perco-me numa multiplicidade de significados e sentidos.

Fico sem a certeza de quase nada. Talvez só de vez em quando de um estado de alma, de uma emoção.

A poesia parece-me mais próxima da pintura. Para descrever um poema, como para um quadro, mil palavras podem não ser suficientes.

Não sei se por insistir, irei chegar a algum lado, embora algumas vezes sinta como um reencontro feliz aquele com um poema já conhecido.

Esta pode bem ser uma viagem sem destino.

segunda-feira, março 30, 2009

Hoje


Hoje, em local de trabalho, encontrei um escritor que ainda não conhecia, Augusto Canetas, e adquiri um dos seus livros, "Choque", com ilustrações de Camilo d´Léllis.

Continuando a crónica dos últimos dias


Domingo à tarde fui ver a exposição de quadros de António Lima no Centro de Fotocópias e Fotografias ao lado da torre das Antas.

Gostei muito dos seus quadros, sobretudo de um que tinha por título "Paisagem" e no qual se viam uma árvore com folhas de luz e dois cavalinhos.

Dia 1 de Abril, inicia-se o novo curso: "Ler e escrever com Escritores Portugueses". O primeiro livro é de poesia, tem como título: "Imagens" e é de Ana Luísa Amaral.

Espectáculo na Póvoa - 27 de Março, Dia Mundial do Teatro

Estreou na passada sexta feira na Póvoa de Varzim um espectáculo escrito e interpretado por uma colega do atelier de escrita. Ver mais aqui


terça-feira, março 24, 2009

Nos últimos dias (continuação)

Estou cheia de sono e com várias ideias para posts (se calhar as várias ideias são é sonhadas porque entretanto adormeci). Num intervalo em que aproveitei para ver o correio reparei num mail no qual se afirma que contra o sono é melhor comer uma maçã do que beber um café. Alguém já fez a experiência? Parece-me muito arriscado ousar fazê-lo sem uma confirmação prévia...

Entretanto na passada quarta feira tivemos a última sessão do atelier de escrita seguida de um jantar, muito bem organizado por uma colega que depois não pôde vir. Gostei da companhia, de quem foi comigo e dos colegas. Muitas vezes por ouvir o que escreviam e ler o que tinha escrito, senti uma proximidade especial que gostaria que continuasse. E são as presenças ou as ausências presentes que tornam estes jantares especiais.

No próximo mês vai iniciar-se um novo curso: Ler e escrever com escritores portugueses: Daniel Maia Pinto Rodrigues, Ana Luísa Amaral, Baptista Bastos, Jorge Reis-Sá e Patrícia Reis. Numa antecipação de como poderá ser, e por sugestão de uma amiga, experimentei ir à Comunidade de Leitores Almedina, ouvir a Patrícia Reis. Gostei muito de a ouvir falar sobre si e sobre o seu último livro, "No Silêncio de Deus" e pareceram-me interessantes também as pessoas que lá estavam (outros escritores também convidados: Rui Tavares - livro: "O Arquitecto"; João Tordo - "As Três Vidas", Rosa Alice Branco, "Soletrar o Dia", Jorge Reis-Sá, "Todos os Dias", Germano Silva, "Porto, Sítios com História" e Valter Hugo Mãe, "O Apocalipse dos Trabalhadores").

Nos últimos dias...Exposições

Não tenho estado por aqui porque tenho andado por exposições: A de António Macedo, na Cordeiros Galeria até 16 de Maio, a da Irmã Gabriela na Biblioteca Municipal de Vila Nova de Gaia, até 12 de Abril, a de Sara Uva, no Auditório de Vila Nova de Gaia, até 29 de Março, a de Curval ("Florestas"), na Galeria do Jornal de Notícias até 11 de Abril, a de Fernanda Valente, na Livraria Vício das Letras, em Santa Maria da Feira, até 3 de Abril.
Como não consegui colocar as imagens (retiradas do Google ou dos catálogos) por ordem, alguém gostaria de legendá-las, fazendo a ligação ao respectivo autor?









quarta-feira, março 18, 2009

3º Dia - Feira do Livro

Na hora do almoço fui até à feira do livro. Não trouxe nenhum comigo porque de autores que conheço não havia nenhum que quisesse muito e dos que não conheço, os livros não estavam suficientemente em conta para me aventurar na descoberta. Gostei dos programas, papéis para a mesa e copos com versos que lá dão, este ano, com a cor verde.
De Almada Negreiros, no Ultimatum Futurista às gerações portuguesas do séc. XXI, 1917:
"Acabemos com este maelstrom de chá morno!
Mandem descascar batatas simbólicas
a quem disser que não há tempo para
a criação!
[...]"

terça-feira, março 17, 2009

Segundo dia

Em local distinto de almoço, nada de poesia à mesa, mas há esperança: Na praça, a tenda já está montada e lá dentro dispunham-se as mesas para a Feira do Livro!

segunda-feira, março 16, 2009

1º dia da Campanha da Poesia

Qual repórter ou investigadora de campo, resolvi por-me a caminho e iniciar um reporte diário do evento.
Para já: Nada... ou quase nada. No sítio onde fui almoçar, nada! Na Praça, um pequeno letreiro ou pano amarelo que em princípio deverá ser igual à imagem em baixo e alguns senhores com o ar de estar a construir alguma coisa, quiçá talvez o recinto para a feira do livro (a utilização do "quiçá talvez" foi intencional para sublinhar a incerteza da dúvida...e deve haver uma figura de estilo para designar isto).

Atelier de escrita - aproxima-se a última sessão!

É preciso escrever um texto sobre o olfacto ou o tacto ou a audição.
Na passada quarta-feira o tema era preguiça e não consegui estar presente, nem tinha feito o TPC - sem dúvida terei caído sobre a influência do pecado em causa e não consegui arranjar a diligência - tema da próxima e última sessão - para lhe resistir.
Entretanto, nasceu o projecto da publicação de um livro que reunisse textos sobre os cinco sentidos. Espero que vá para a frente e gostaria de contribuir, nomeadamente escrevendo algo sobre os três sentidos mais desfalcados entre os textos já reunidos (precisamente o olfacto, o tacto e a audição - o que me deixa curiosa sobre o que terá sido escrito sobre a visão, o gosto e o sexto sentido).

Um blog de Manuel Poppe

Descobri um blog de Manuel Poppe: Sobre o Risco!

sexta-feira, março 13, 2009

Poesia: 16 a 24 de Março

Na próxima segunda feira tem início uma semana de poesia em S. João da Madeira. Serão homenageados seis escritores: Rita Taborda Duarte (nasceu em Lisboa em 1973 e está a preparar um livro de poesia), Mia Couto, João de Deus (autor da "Cartilha Maternal) Cruzeiro Seixas (também pintor surrealista) Almada Negreiros e Filipa Leal (jornalista e escritora portuense, autora do livro "A Inexistência de Eva"). Esta sétima edição da Poesia à mesa conta com ateliers, "poesia ambulante", "poesia na corda", "montras com poesia" (hoje já vi uma de uma sapataria) e no dia 18 abre a feira do livro.
Segue um link para o post de um blog "É A VIDA!" que tem um link para o programa: aqui

História

Noite fechada e húmida.
Lá fora a bruma escondia as árvores e a pequena cabana isolada. Lá dentro, um pequeno fogo dançava na lareira, pouco iluminando o pote e sobre ele os rostos das três mulheres velhas que o rodeavam. Era a mais velha que cozinhava. Soletrava com voz grave cada ingrediente: "Pêlo de gato, sangue de dragão, pó de sapo", que de seguida atirava para a panela. As outras duas seguiam atentamente cada palavra e cada gesto. Juntos todos os elementos, deram as mãos e repetiram numa só voz: "Calabrius, Petalis, Dedalus", uma, duas, três vezes, quando um estrondoso clarão bruscamente interrompeu o último som que saía das suas gargantas.
O pote virou-se sobre o chão, apagando o fogo e deixando que a escuridão de fora se apoderasse também da casa.
Passaram alguns minutos até que a mais velha acendeu uma vela. No chão, ao lado do pote, jazia agora uma jovem profundamente adormecida.

quarta-feira, março 11, 2009

1091 Post...aproximamo-nos do 2000...

Para quem, por ter tido o azar de passar por aqui, ficar com a ideia de que os posts são escritos de rajada, gostaria de dizer que não confirmo, nem desminto ou nego redondamente tal asserção (por exemplo para chegar a esta última palavra "asserção" tive de estar a pensar por alguns segundos). Por outro lado, seria terrível (para mim, claro) se querendo dedicar horas à escrita neste blog, saísse tudo igual. Assim posso sempre dizer: "pois, se eu tivesse tempo..."

TPC e 1090 post

Ainda não fiz o TPC para o atelier de escrita mais logo. Não estou inspirada para scripts sobre solidariedade, preferia escrever um sobre grandes paixões, amores impossíveis que no último acto se tornam possíveis, e com duelos pelo meio, mas nos quais ninguém sequer se ferisse a sério. Talvez se arranjar mais alguns minutos tente escrever o verdadeiro script para o TPC ou o outro.
Por outro lado há esperança: pode ser que ao 2000 post pare (ainda falta um bocado para isso pelo que a esperança é ténue).

terça-feira, março 10, 2009

Ontem estive em Guimarães

Este pretenderá ser um post enigmático, apenas para guardar a memória desse dia e do que o antecedeu.

segunda-feira, março 09, 2009

Regresso aos primórdios do blog quando se postava sobre nada

Apenas para contrariar a ideia de que este blog está imóvel há dias!

Quando na realidade ele move-se, devagarinho, mas move-se...

(quedo-me agora com a dúvida existencial se não deveria ter guardado a 2ª frase para um segundo post e já agora esta observação para um terceiro, mas aí invertida na consideração de que a 2ª frase deveria estar incluída no 1º post)

(e tendo presente que este blog foi criado para se falar de nada, mas entretanto as boas intenções perderam-se incompreensívelmente demasiadas vezes)

(e com tudo isto, já poderia ter cinco posts!)

quinta-feira, março 05, 2009

Atelier de escrita

Durante a última sessão tivemos de escrever um texto sobre a caridade. Depois os colegas que o quiseram, leram os seus textos. Achei interessantes as abordagens, algumas delas pela negativa, com histórias nas quais se sentia a falta da caridade. Para a próxima sessão temos de escrever um scrip, em tês actos, com seis frases para cada acto, no qual se ficcione um episódio na vida do Dr. Fernando Nobre. Alguém gostaria de tentar?

As três mentiras!

Não adoro lampreia (talvez porque até agora ainda não ousei sequer prová-la!)
Não sei como é que 66,6% dos que responderam (pronto, 2 das 3 que responderam) conseguiram acertar no "sei nadar bem" porque afinal eu deveria ser como um peixe na água :).
Poderei ter 1,68 m desde que ande com saltos de 3 cm, ou até 1,70 desde que ande com saltos de 5 cm, etc. etc. :)
E pronto é uma chatice mas ninguém vai ficar com o incrível e magnífico prémio que tinha arranjado e estava aqui impaciente para poder enviar a alguém...

quarta-feira, março 04, 2009

Desafio da Pin Gente

Pelo desafio da Pin Gente tenho de escrever nove coisas sobre mim, mas três serão mentira. Tenho de passar o desafio não sei a quantos e informá-los disso. Qualquer passante é desafiado (sobretudo tu Pin Gente :)) a descobrir quais são as três coisas que não são verdade. Como não sei a quantos teria de passar o desafio e para cumprir a longa tradição neste blog, desafio quem quiser ser desafiado (em relação ao desafio na Pin Gente só acertei numa).
Vamos lá então às nove coisas: 1 Adoro lampreia; 2 A minha cor favorita é o vermelho; 3 Adoro chocolate; 4 Tanto posso pegar num livro e não o largar até terminar de o ler como demorar meses a terminá-lo ou nem o terminar sequer; 5 O primeiro livro que não consegui (ainda) acabar de ler foi o Ulisses do Joyce (um destes dias tenho de tentar de novo); 6 Sei nadar bem; 7 Quando era criança queria ser actriz ou advogada; 8 Sou péssima a tentar pregar partidas; 9 Tenho 1,68 m de altura.
(E se alguém conseguir acertar nas três mentiras terei de arranjar forma de lhe arranjar e enviar mesmo um prémio!)
(mas porque ia dar muito trabalho estar a fazer tudo isso - arranjar o prémio e enviá-lo, terá de acertar no prazo de 24 horas a partir de agora!)

Desafio da Bell

A Bell passou-me o seguinte desafio: contar seis coisas aleatórias sobre mim e devo observar as seguintes regras:

Linkar a pessoa que me indicou (já está feito), escrever as regras do meme no meu blog (estou a escrevê-las agora) indicar mais seis pessoas e colocar os links no final do post e dizer a quem me indicou, que a indiquei, deixando um comentário para ela (também já o fiz).

Portanto, vamos lá às seis coisas aleatórias: 1 São tão contraditória em relação ao que penso e digo de mim mesma que a partir do momento em que escrevi isto corro o sério risco de o deixar de o ser; 2 Tento ser positiva e ver a garrafa meio cheia, mesmo quando está vazia; 3 Consigo escrever com as duas mãos, embora com a esquerda seja mais lenta, e as três últimas: Gosto de chocolate, gosto de conhecer outras pessoas e sítios e gosto de dormir.

As seis pessoas indicadas serão as seis primeiras que passem por aqui e queiram agarrar este desafio. Prometo que logo a seguir coloco aqui o link para elas!

Tive uma voluntária, ieeeeeeeeee, portanto para já, está desafiada a Pin Gente para o meme

Desafios

De seguida vou tentar corresponder a dois desafios que me foram deixados pela Bell e pela Pin Gente.

terça-feira, março 03, 2009

Os Cinco Sentidos

Qual teria sido o primeiro? Quando olho para trás e tento perscrutar minuciosamente qualquer reminiscência, surge sem qualquer dúvida, a visão e aparecem-me imagens iluminadas, o sol sobre a cama da avó onde deitada tocava com os pés na cabeça, ou estarmos na rua, a minha irmã mais nova num carrinho, e a nossa mãe comprar-nos chupa-chupas com caras de gatos. E reparo agora enquanto escrevo como vieram misturados, o tacto, na macieza da manta e no calor do sol na pele, e o gosto doce do açúcar. Penso um pouco mais e lembro-me de diversos cheiros, sobretudo nas visitas a casa dos avós. O cheiro dos papéis na escrivaninha do avô de Lisboa. Ainda hoje um cheiro parecido faz-me pensar em mundos misteriosos e passados para os quais aqueles papéis abriam uma ponte. O odor das estevas em horizontes largos a sublinhar que chegávamos por fim, terminava a viagem infindável de carro, reencontrávamos na casa da aldeia em Trás-os-Montes a cozinha com louça azul e o fumo da lareira. E onde ficam os sons? Nas memórias mais antigas na segurança de adormecer e acordar de tarde a ouvir vozes, imperceptíveis no que diziam, reconfortantes porque familiares.