Estar com sono além de me tornar lenta (ou melhor, simpaticamente paciente) também me faz pensar que consigo apreciar e até criar poesia (porque sou definitivamente e desde que me lembro muito mais de prosa). No trajecto no meu carrinho entre casa e local de trabalho, agarro-me a duas ou três palavras, sensibilizada com a ligação poética entre elas, enquanto ligo o piloto automático (que faz com que não recorde depois qualquer pormenor do caminho ou manobra de condução). Lembro-me que a última frase era deveras especial, mas entretanto esqueci-me de como era.
Início da Primavera, dia mundial da Poesia, dia mundial para a eliminação da discriminação racial e dia mundial da Floresta e da Árvore.
Penso que não terei esquecido nenhuma efeméride...
Sobre o trabalho como editora de Maria do Rosário Pedreira achei positivo que nas cartas de rejeição explique porque não aprova a obra em causa (claro que se já tivesse recebido uma dessas cartas, poderia talvez ter uma opinião diferente) e o que referiu sobre o que distingue uma obra em cem: o estilo próprio. Quem já tiver lido dois ou três livros de Walter Hugo Mãe, se pegasse no seu novo livro sem identificação do autor, de imediato saberia de quem era.
Da passagem pelos ateliés de escrita, fiquei com a ideia que os grandes escritores além do génio, também dedicaram a vida à sua escrita. Em cada obra-prima há imenso trabalho.
Assim, além de nunca ter sido visitada por qualquer ninfa, também não tenho essa capacidade de dedicação exclusiva.
Entretanto, ao recordar-me de um artigo sobre escritores espíritas (não sei como é que isto se escreve) ocorreu-me que ainda poderá haver esperança de vir a escrever qualquer coisa...
(Transposição para o cinema de mais uma personagem de Robert E. Howard, que também criou Conan, O Bárbaro)
Nesta edição os seis poetas homenageados são: Ruy Belo, Luísa Ducla Soares, António Gedeão, Teresa Rita Lopes, Arménio Vieira e Inês Lourenço. 
