quinta-feira, janeiro 19, 2017

Post 5998 Livros 2017 (10) O Tempo dos Mortos de Pierre Gascar

O Tempo dos Mortos (Le Temps des Morts) de Pierre Gascar
Livros do Brasil, Colecção Miniatura, Nº 153

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"Na contracapa do livro que o antecede;
Pierre Gascar, prémio Goncourt 1953, é um dos maiores escritores franceses da actualidade. Prisioneiro de guerra durante cinco anos, intelectual activamente empenhado nas transformações da realidade de hoje, Pierre Gascar é, também, um romancista de guerra. Se outros testemunhos não houvesse do seu talento, bastaria este extraordinário romance para o colocar no primeiro plano das letras dos nossos dias."

Pierre Gascar
No site da Gallimard:
"Pierre Gascar, pseudonyme de Pierre Fournier, est né à Paris 
en 1916. Après avoir été détenu par les Allemands de 1940
 à 1945, il fit des débuts spectaculaires en 1953 en obtenant 
le prix Goncourt pour Le temps des morts, inspiré 
de son expérience des camps. Écrivain prolixe,
 il est l'auteur de nombreux romans, de recueils de n
ouvelles et d'ouvrages documentaires. Il décrit avec 
originalité le monde végétal et minéral, source de 
rêveries et de métaphores. Il reçoit en 1994 le prix 
Roger Caillois pour l'ensemble de son œuvre. 
Il est décédé en février 1997."

Pág. 58
"Privados de medicamentos, alguns médicos militares franceses enviados para Brodno por medidas de represália iam de enxerga em enxerga, estabeleciam diagnósticos sem efeito, reduzidos ao papel de testemunhas nesse universo sobrepovoado onde os pulsos batiam abandonados à sua louca cadência, onde de entrelaçavam livremente os arabescos dos delírios e onde os homens dobrados sobre si mesmos atingiam o limite da tosse."
Pág. 149
"Assustada pela selvageria desesperada dos meus movimentos, Maria libertou-se bruscamente, beijou-me nos lábios e fugiu. Por um instante tentei alcançá-la. Depois apoiei-me contra uma árvore. Um grande silêncio fizera-se à minha volta. Ao fim de uns momentos, limpei as lágrimas e voltei para os meus mortos."

Escreve imensamente bem sobre um tema difícil. Neste livro, como um diário, somos confrontados com uma realidade terrível. As personagens surgem-nos como pessoas reais e a morte está sempre presente a pairar sobre tudo e todos  (lembrou-me pelo tema o livro Feras Humanas de W. Langhoff e Georg Karst que li quando tinha doze anos).

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